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Rev. bras. med. fam. comunidade ; 12(39): 1-14, jan.-dez. 2017. ilus, tab
Artigo em Português | LILACS, Coleciona SUS | ID: biblio-879091

RESUMO

Objetivo: Avaliar as evidências sobre eficácia e efeitos adversos dos relaxantes musculares de uso oral disponíveis no Brasil para espasticidade, condições musculoesqueléticas, fibromialgia e cefaleia tensional. Métodos: Realizou-se uma revisão da literatura a partir de revisões sistemáticas publicadas no Medline, BVS, biblioteca Cochrane e National Institute for Health and Care Excellence (NICE) até dezembro de 2016, que avaliaram os fármacos considerados relaxantes musculares pela Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) e disponíveis no Brasil na forma oral: ciclobenzaprina, tizanidina, carisoprodol, orfenadrina e baclofeno. Resultados: Foram identificados 20 estudos, sendo 17 revisões sistemáticas e três meta-análises. As evidências de eficácia dos relaxantes musculares consistem principalmente em estudos com concepção metodológica ruim. Estudos de comparação não mostraram que um relaxante muscular esquelético seja superior a outro. Ciclobenzaprina demonstrou eficácia em condições musculoesqueléticas, como dor miofascial mandibular, fibromialgia e dor lombar. Na fibromialgia, demonstrou benefício na melhora geral e no sono. No manejo da dor lombar, a ciclobenzaprina mostrou efeito modesto, mais presente nos quatro primeiros dias. Carisoprodol na dor lombar baixa não parece ter diferença de ciclobenzaprina, mas esse medicamento pode causar dependência. Baclofeno e tizanidina parecem ser eficazes em comparação com placebo e equivalentes em doentes com espasticidade. Conclusões: Os relaxantes musculares em geral, comparados a placebo ou entre si, apresentaram poucas evidências com estatística significante. Portanto, a seleção do medicamento deve ser baseada no perfil de efeitos adversos, preferência do paciente, potencial de abuso, potencial de interação com outros medicamentos, custo e outras características dos fármacos.


Objective: To evaluate the evidence on the efficacy and adverse effects of oral muscle relaxants available in Brazil for spasticity, musculoskeletal conditions, fibromyalgia and tension headache. Methods: A literature review assessment was carried out based on systematic reviews published in the Medline, Virtual Health Library (VHL), Cochrane Library and National Institute for Health and Care Excellence (NICE) up to December 2016, that evaluated the drugs considered to be muscle relaxants by Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) and available in Brazil in oral form: cyclobenzaprine, tizanidine, carisoprodol, orphenadrine and baclofen. Results: Twenty studies were identified, 17 of which were systematic reviews and three meta-analyzes. Evidence on the efficacy of muscle relaxants consists mainly of studies with poor methodological design. Comparison studies have not shown that one skeletal muscle relaxant is superior to another. Cyclobenzaprine demonstrated efficacy in musculoskeletal conditions, such as myofascial mandibular pain, fibromyalgia and low back pain. In fibromyalgia, it has shown benefit in overall improvement and sleep. In the management of low back pain, cyclobenzaprine showed modest effect, more present in the first four days. Carisoprodol in low back pain does not appear to have difference for cyclobenzaprine but this drug may cause dependence. Baclofen and tizanidine appear to be efficacious compared to placebo and equivalent in patients with spasticity. Conclusions: Muscle relaxants in general compared to placebo or to each other showed little evidence with significant statistics. Therefore the drug selection should be based on the profile of adverse effects, patient preference, potential of abuse, potential of interaction with other drugs, cost and other characteristics of the drugs.


Objetivo: Evaluar las evidencias sobre eficacia y efectos adversos de los relajantes musculares de uso oral disponibles en Brasil para espasticidad, condiciones musculoesqueléticas, fibromialgia y cefalea tensional. Métodos: Se realizó una revisión de literatura a través de las revisiones sistemáticas publicadas en Medline, BVS, Cochrane Library y en el National Institute for Health and Care Excellence (NICE), hasta diciembre de 2016, que evaluó los fármacos considerados relajantes musculares por la Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) y disponible en Brasil en forma oral: ciclobenzaprina, tizanidina, carisoprodol, orfenadrina y baclofeno. Resultados: Se identificaron 20 estudios, de los cuales 17 son revisiones sistemáticas y tres meta-análisis. La evidência de la eficácia de los relajantes musculares se compone principalmente de estudios de un mala concepción metodológica. Los estudios de comparación no mostraron que un relajante muscular esquelético es superior a otro. La ciclobenzaprina ha demostrado eficacia en los trastornos musculoesqueléticos, como dolor miofascial mandibular, fibromialgia y dolor lumbar. En la fibromialgia, demostró un beneficio en la mejora general y el sueño. En el tratamiento del dolor lumbar, ciclobenzaprina mostró efecto modesto, más presente en los primeros cuatro días. El carisoprodol, en el dolor lumbar, no parece tener diferencia de la ciclobenzaprina, pero este fármaco puede causar dependencia. El baclofeno y la tizanidina parecen ser eficaces en comparación con placebo y equivalentes en pacientes con espasticidad. Conclusiones: Los relajantes musculares en general en comparación con placebo o entre sí mostraron poca evidencia con estadísticas significativas. Por lo tanto, la selección de los medicamentos debe basarse en el perfil de efectos adversos, la preferencia del paciente, el potencial de abuso, el potencial de la interacción con otros medicamentos, costo y otras características de los fármacos.


Assuntos
Humanos , Assistência Ambulatorial , Avaliação de Resultado de Intervenções Terapêuticas , Fármacos Neuromusculares , Fibromialgia , Espasticidade Muscular , Cefaleia do Tipo Tensional
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